Impressões

Wednesday, May 25, 2005

Perdido no Mato

eu rodei por casas e fornos
vendo a fumaça preta subir
velhas fazendo o almoço
café em lata ebulir

feiticeiras negras parteiras
de sonhos na noite sem luz
dormia por noites inteiras
um breu, uma fronha, um capuz

o capuz do saci na cabeça
da dona da casa, varrendo
o chão batido e vermelho
a vida na roça vivendo

cachorro vermelho e o osso
a carne seca no sol
o feijão cozinhando pescoço
pé de galinha, anzol

Simples

Simples
(carlão)

ontem eu te vi
ontem mesmo eu esqueci
o que foi que eu lhe falei
do seu rosto eu me lembrei
com sua voz eu me calei

é porque eu não me importo
com o que você me disse
ou com seu modo de agir
e acho que você não nota
que o que mais me importa
é meu modo de insistir
em dizer de forma torta
o quanto eu te quero aqui


Espero botar Sob Cafeína pra tocar!

Meu chinelo

Sorriso amarelo
Desconfiança latente
Odeio essa gente
Que fala do meu chinelo

Corrêa de corda relaxada, sola fina
Meu dedão à mostra
Até prá quem não gosta

Aperto o passo
Sigo o encalço vital
Do sujo-nojento-fedorento-grudento
Barro-vermelho-da-capital

´rrasto a sola-do-pé
A secura come a pele
Não há quem espere
Uma trupicada sem fé

Meu chinelo lascado,
Meu pé feio empoeirado
Primor em cada andante
É o estilo de seu pisante